terça-feira, 25 de outubro de 2016

Interesse da Globo no gospel era comercial e já acabou, afirma jornalista especializado


A aproximação da TV Globo com a música gospel parece ter cessado, já que a presença de artistas nos programas e novelas deixou de acontecer. No entanto, a gravadora Som Livre mantém um selo dedicado a estes artistas, o Você Adora.
O jornalista Ricardo Feltrin, do Uol, publicou um artigo sobre o assunto, afirmando que “não durou nem três anos o chamado ‘movimento gospel’ dentro da programação da Globo”.
“Pelo segundo ano consecutivo, o gospel está fora completamente da programação da Globo. Cantores evangélicos continuam sendo raridade em programas da casa, e mais difícil ainda é ver algum deles em novelas”, escreveu.
Uma evidência do desinteresse da emissora em relação à música gospel está no alarmado Festival Promessas, que teve sua edição nacional – que era exibida na TV – descontinuada, assim como a Feira Internacional Cristã (FIC), que teve apenas uma edição.
“No final da década passada (2008) a Globo começou a se interessar no gospel, e tudo fazia sentido: a Igreja Universal estava se livrando de seu plantel de artistas iniciando o fechamento de sua gravadora gospel, a Line Records. Fechamento, vale dizer, por pura implicância de Edir Macedo, que pessoalmente duvidava do poder da música como um, digamos, auto de fé”, comentou Feltrin.
A ideia do Grupo Globo, à época, era se apresentar como uma opção para os artistas, mas aparentemente subestimou a atuação de gravadoras exclusivamente evangélicas, como a MK Music, Central Gospel Music, Graça Music, Musile Records (à época chamada de Aliança), Onimusic, Canzion, entre outras.
Até a multinacional Sony Music, que tem um selo gospel tocado pelo executivo cristão Mauricio Soares, vem obtendo resultados mais expressivos que o selo Você Adora, da Som Livre.
“Os momentos finais da gravadora Line Records coincidem com o investimento da Globo em música gospel. A Som Livre, entre 2010 e 2014, mais que triplicou seu portfólio gospel, e tudo indicava que o estilo começaria a fazer parte da ‘cultura’ musical global”, observou Feltrin, que destacou que “se quisesse, a Igreja Universal do Reino de Deus poderia ter se tornado a dona do gospel no Brasil na década passada”, por causa de seu grande número de rádios espalhadas pelo país e número cada vez maior de fiéis.
Por fim, Feltrin afirma que tudo isso “agora é só história, pois o interesse da Globo em música gospel, tudo indica, já acabou”.

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